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terça-feira, 26 de julho de 2011

O lugar do analisando é na análise!!!

     Deitar no Divã, ou Não? Alguns dirão: É claro que sim! Isso é pergunta que se faça! Nem parece psicanalista!!!" Outros ficarão na dúvida, mas não arriscarão nada diferente. Afinal é parte da técnica. Pode--se nem entender muito bem porque, mas...
      Eu, simplesmente não conseguiria oferecer análise para alguns de meus pacientes sem abrir mão do Divã. Eles precisam ficar de frente o tempo todo! O Surdo precisa ficar olhando para minhas mãos, ou para meus lábios, para entender as pontuações, as questões que se apresentam através da fala na análise. É fundamental que o analista suporte esse olhar e poder perceber e pontuar até o que disso se produz. Para o Surdo, não existe outra escolha. É uma imposição.
      Freud colocou em um de seus textos, com outras palavras, naturalmente, que para ele era insuportável ficar encarando seus analisandos, durante seis, oito horas, todos os dias. O uso do Divã servia para lhe aliviar um incômodo. Depois, com o avanço da técnica, o uso do Divã foi assumido com outros propósitos.
     É realmente difícil, em certos casos, sustentar o olhar de certos pacientes. Mas cabe ao analista questionar o porquê dessa dificuldade. Por que com alguns e não com todos? O que é do inconsciente de cada um, que pode se manifestar na sessão como um "mal estar do olhar"? O que é do paciente e o que é do próprio analista?
     Nenhum dos pacientes que  atendo pontuou em análise algo sobre o olhar do analista sobre si enquanto fala. É diferente  do silêncio em análise. Àquele momento, em que nenhum dos dois falam nada e o analista permanece olhando para o seu paciente. É o olhar acompanhado do silêncio que mobiliza o mesmo, ou a ambos, que desconcerta, e que move o sujeito a falar. Sustentar esse olhar que faz faltar e que é necessário para que algo se produza não é simples. Desse olhar o paciente algumas vezes se queixa, se envergonha, se irrita. Mas, isso não acontece só com os Surdos, acontece com ouvintes também. Fazer ouvir a voz do inconsciente, ou melhor, fazer ouvir os sinais do inconsciente...
      O olhar que silencia. O olhar que espera. Espera que algo do Sujeito se manifeste, e que ele possa se responsabilizar por isso.
    

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